terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lucia Sonaglio


Português

MINHA HISTORIA ITALIANA
Pode ser que a minha história seja um pouco diferente de todas aquelas contadas aqui.
Inicialmente, minha origem biológica não é calabresa, mas sim, bergamasca e bresciana.
Não sei de onde nem por quê, um belo dia, me deu uma vontade maluca de estudar italiano.
Tinha já 56 anos.
Algo que estava escondido dentro de mim resolveu gritar: minhas origens, o meu sangue italiano que dormia por todo este tempo.
Talvez por ter obtido já, na época, minha cidadania italiana, possível graças ao empenho de meu abençoado primo Marcos, que havia feito, há alguns anos, a parte mais difícil de um processo de cidadania. Baseado no seu processo foi muito mais fácil conseguir os documentos de meus pais, dos meus filhos e agora dos meus netos.
Bem, voltando ao estudo do italiano. Comprei alguns livros, gramática e dicionário e me muni de muita boa vontade. Já tinha aprendido inglês sozinha havia pouco tempo, morando nos Estados Unidos, uma outra língua seria mais fácil ainda.
Admirava-me pela maneira fácil como aprendia. Parecia que tudo estava já dentro da minha cabeça esperando o momento oportuno para manifestar-se. Dei-me conta, então, que a razão dessa rapidez no aprendizado devia-se ao dialeto trentino (talian) que se falava na casa dos meus avós com os quais cresci.
Depois de alguns meses de estudos decidi gastar minhas economias indo para a Itália. Escolhi Roma por me parecer o lugar mais adequado para conseguir um trabalho que me mantivesse por lá um tempo, o mais longo possível, e também porque tinha um amigo italiano que morava lá e tinha vivido no Brasil.
Mas a minha verdadeira historia italiana começa depois do meu desembarque em Roma, em abril de 2006.
Quando comecei a frequentar os lugares e a trabalhar parecia-me que já tinha vivido aí. Tudo me era familiar: a língua, a comida, a maneira como as pessoas falavam e comportavam- se, as pequenas injúrias e as frases de todo dia. Comecei a me sentir como se eu estivesse voltando para casa.
Sentia a presença de minha avó paterna, com a qual fui criada, parecia que ela estava ali ao meu lado. O mais incrível era que todas aquelas coisas tinham feito parte de nosso quotidiano: a comida, a maneira das pessoas falarem e de se comportarem. Enfim, o modo italiano de conduzir e fazer as coisas. Comecei a sentir uma emoção muito grande que muitas vezes me fez chorar.
Tenho certeza que ela gostou muito da idéia de eu ter ido para lá. Penso que ela gostaria de ter feito isto.
Doravante me enamorei da Itália como se tivesse descoberto meu grande amor.
Devo salientar que na nossa casa, só eu falava português, pelo que me lembro, meus avós falavam apenas o dialeto (talian).
Permaneci seis meses em Roma trabalhando e passeando e depois fui para a Sardenha, Caliari e lendo Grazia Deledda encantei-me pela historia de tenacidade do povo antigo da ilha, das paisagens encantadoras e das pessoas maravilhosas. Identifiquei-me com eles pela tenacidade com que essas pessoas antigas tinham transformado montes íngremes, pedras e areia em cidades maravilhosas, ricas e acolhedoras, que são visitadas por milhares de turistas ao ano.
Antes de voltar para o Brasil passei mais um tempo viajando, conhecendo a Costa Amalfitana, Napoli, Sorrento e outras.
Vocês devem estar se perguntando: ”mas de onde vem a sua história calabresa?”
Não tinha conhecido ainda a Calabria, Reggio, sobretudo.
De volta ao Brasil, em janeiro de 2007, conheci uma calabresa de Lamezia Terme, que mora no Brasil há mais ou menos 12 anos, comecei fazer conversação com ela para manter-me atualizada e também aprender mais a língua.
E foi por sugestão dela que fui parar na Calabria, Reggio, em 2009, para fazer um curso para formação de professores de Italiano na Universidade Dante Alighieri. Fiquei ali por um ano.
Recebi meu diploma no dia 26 de junho. Em julho fiz uma tradução de 760 páginas do italiano para o português e depois elaborei e apresentei um documentário sobre o Brasil.
Aproveitei dezembro para conhecer outras cidades, como Firenze, Pompei, Salerno, junto com minha família que tinha chegado.
Reggio Calabria,
Quantos amigos queridos fiz aí.!!!...quantas coisas maravilhosas vivi aí...quantas conquistas realizei aí!
Quantos agradecimentos à minha querida Universidade Dante Alighieri e seus professores. Aos meus queridos amigos Rosa e Nino junto aos quais elaborei um documentário sobre o Brasil, horas intermináveis de discussão e construção do italiano que me enriqueceram de maneira especial e os enriqueceram com conhecimento de nossas diversas realidades, boas e não tão boas.
Meu amigo especial Cristiano que foi de importância fundamental para elaboração do documentário.
Minhas amigas para sempre Suor Ires e Suor Assunta que me acolheram em sua casa; Felice e Ecio sempre disponíveis para me auxiliar com trabalhos no computador. Meus doces amigos Giuseppe e Bruno.
Mas para não tornar esta lista de nomes calabreses os quais fizeram minha permanência ali ser saudosa para sempre, paro por aqui com muita, mas muita saudade
Devo dizer aqui que em breve começarei a tradução do livro do meu querido professor e amigo Francesco Idotta: ” Luogo dei Luoghi”.
Tinha em frente a mim, quando abria a janela, o Etna e o mar durante o dia, e à noite tinha a lua que vinha bisbilhotar minha intimidade. Tinha também um pôr-do-sol esplêndido quando o dia cedia lentamente lugar à noite e ao brilho das estrelas.
Tinha Messina corajosa, que se reconstruiu a duras penas depois de tantos tremores que a reduziram a nada, como o último terremoto de 1908 e que às vezes se escondia temerosa por trás da densa neblina e que parecia suspensa como quando ocorre o fenômeno chamado Fada Morgana.
Tanta saudade me chama para retornar dentro em breve.
Devo falar um pouco da Sicilia, de Palermo. Povo especial, gente sempre disposta a bater um bom papo e explicar detalhadamente o que você pergunta.
Agrigento e a sua magnificência grega, terra de Pirandello, cuja casa ainda está lá esperando ser visitada. Taormina, puro sonho e encanto. Cefalù!!!!!
O encanto das plantações de laranjeiras que fazem da Sicilia um grande tapete amarelo perfumado do mais doce dos perfumes. A nostalgia que nos passam as casas abandonadas há muito por causa da pobreza, da falta de perspectiva e do descaso político.
Porém da próxima vez devo conhecer a terra de meus antepassados.Terra que deixaram, nos idos 1875, junto com milhares de outros, meus bisavós Alexandre e Lucia e aqui enfrentaram a saudade, o trabalho duro, a solidão, a selva, as doenças e todas as privações que podemos imaginar para aquela época no bom e velho Rio Grande do Sul. Mais especificamente Linha 11, hoje Serafina Correia.
Na minha próxima volta à Itália irei a Bergamo e Brescia para certificar-me das minhas origens. Não as biológicas, estas eu já as conheço. Mas aquelas certezas que vêm do coração e são ditadas por um não sei o quê inenarrável. Só assim terei a certeza cósmica de meu verdadeiro sangue: aquela que transcende a certeza biológica e contradiz a lógica: o amor e a acolhida incondicional do “meu diferente”.
Reggio Calabria certamente retornarei para revê-la. Para sentar-me em frente ao teu mar e olhar o sol se escondendo por de trás do Etna, num dia de verão.
Espere-me!!!!!!

italiano:
LA MIA STORIA ITALIANA
Può darsi che la mia storia sia un pó diversa da tutte quelle raccontate fin qui.
Per cominciare, la mia origine biológica non è calabrese, ma bergamasca da parte di nonno paterno e bresciana dalla parte di mia nonna.
Non so perché, un bel giorno sono stata colpita da una voglia immensa di cominciare a studiare italiano. Avevo già 56 anni.
Qualcosa nascosta dentro di me ha deciso di gridare: le mie origini, il mio sangue italiano dormiente per tutto questo tempo..
Forse per avere già, a quell’epoca, ottenuta la cittadinanza italiana, grazie al mio benedetto cugino , Marcos Sonaglio, che aveva fatto la parte più difficile del procedimento. Basandomi sul suo processo è stato più facile ottenere la mia cittadinanza.
Bene, adesso ritorniamo allo studio dell’italiano. Ho comprato alcuni libri, un dizionario, una grammatica, alcuni quaderni e mi sono munita di molta buona volontà. Siccome avevo già imparato l’ inglese da poco, abitando negli Stati Uniti, credevo che mi sarebbe stato ancora più facile imparare un’altra lingua.
Mi spaventavo del modo veloce come imparavo. Sembrava che tutto fosse già dentro la mia testa , che aspettasse solo l’ opportunità per venire fuori. Mi sono accorta allora che la ragione di questo apprendimento così veloce era dovuta al dialetto trentino che si parlava a casa dei nonni con cui sono cresciuta.
Dopo alcuni mesi di studio ho deciso di spendere i miei risparmi partendo per l’Italia. Ho scelto Roma perché mi pareva essere il posto più facile per trovare un lavoro che mi mantenesse lì per un período più lungo possibile e anche perché avevo lì un amico italiano che era vissuto in Brasile.
Però la mia vera storia italiana è cominciata dopo il mio sbarco a Roma, ad aprile del 2006.
Quando ho cominciato a frequentare i luoghi e a lavorare tutto mi sembrava famigliare, come se avessi già vissuto tutto quello che stavo vivendo : la lingua, il cibo, il modo come le persone parlavano e si comportavano, le piccole ingiurie e le frasi di tutti i giorni tra amici e famigliari. Mi sentivo come se stessi ritornando a casa dopo tanti anni dal momento che avevo lasciato la casa dei nonni per fare la mia vita.
Sentivo la presenza di mia nonna paterna, da cui sono stata cresciuta; sembrava che lei fosse lì accanto a me. Il più incredibile é che tutte le cose hanno fatto parte della nostra vita come contadini. Insomma, il modo italiano di condurre le cose era nel mio sangue. Sentivo una emozione così forte che molte volte mi faceva piangere.
Ho assoluta certezza che mia nonna ha approvato la mia decisione di andare in Italia. Penso che le sarebbe piaciuta andarci pure lei.
D’allora in poi mi sono innamorata dell’Italia come se avessi scoperto il mio grande amore. Questa passione rimane fin’oggi.
Devo sottolineare qui che a casa nostra solo io parlavo portoghese; da quello che mi ricordo, i miei nonni parlavano il dialetto (talian).
Ho vissuto sei mesi a Roma lavorando e passeggiando e dopo sono partita per la Sardegna; a Cagliari, leggendo Grazia Deledda, mi hanno incantata le storie di tenacia del popolo antico dell’Isola, dei paesaggi magnifichi e di quelle persone meravigliose. Mi sono identificata con loro per questa tenacia con la quale hanno trasformato monti aspri, sassi e sabbia in città grandiose, ricche e accoglienti, visitate da migliaia di turisti all’anno.
Prima di ritornare in Brasile ho trascorso un bel periodo viaggiando, visitando la Costiera Amalfitana, Napoli, Sorrento.
Voi vi state chiedendo: “da dove viene la sua storia calabrese?”
Non avevo ancora conosciuto la Calabria, Reggio soprattutto.
Ritornando in Brasile, nel gennaio 2007, ho conosciuto una calabrese di Lamezia Terme, che abita qui già da 12 anni più o meno, parla benissimo il portoghese e con lei ho cominciato fare conversazione di italiano per mantenermi aggiornata ed espandere la conoscenza. Ed è stata per suggestione sua che sono andata a Reggio, nel 2009, per fare il corso di formazione docenti all’ Università per Stranieri “Dante Alighieri”. Sono rimasta lì per un anno.
Mi sono laureata con lode il 26 giugno. A luglio ho lavorato su una traduzione di 720 pagine dall’ italiano al portoghese e dopo ho preparato e presentato un documentario sul Brasile.
Ho approfittato il periodo di dicembre per conoscere altre città, tra cui Firenze,Salerno, Pompei insieme ai miei che sono venuti lì.
Quanti cari amici ho fatto a Reggio!!!!!!!! Quante cose meravigliose ho vissuto lì....quante conquiste sono state raggiunte lì.....
Quanto ringrazio la mia cara Università Dante Alighieri e i suoi cari professori, di cui ho “saudades” profonde. AI miei carissimi amici Rosa e Nino con cui ho elaborato il mio documentario sul Brasile. Ore interminabili di lavoro e ricerche, di discussioni e costruzione dell’italiano, che ci hanno fatto arricchire tutti, con la conoscenza delle nostre realtà, belle e anche purtroppo non belle.
Mio speciale amico Cristiano persona fondamentale per la elaborazione del documentário.
Mie care amiche per sempre Suor Ires e Suor Assunta, le quali mi hanno accolta in casa loro; Felice e Ezio sempre disponibili per aiutarmi con il computer e in altre difficoltà. Miei dolci amici Giuseppe e Bruno.
Tutti i miei professori carissimi, alcuni di più, altri un pò di meno. Ma per non fare diventare troppo lungo questo elenco di calabresi che hanno reso indimenticabili i giorni e indelebili gli avvenimenti vissuti lì, mi fermo qui con molta, ma molta nostalgia.
Devo dire che presto comincerò la traduzione del libro “Luogo dei Luoghi” del mio professore e particolare amico Francesco idotta.
Avevo davanti alla mia finestra l’Etna e il mare durante la giornata e di notte avevo la luna che veniva a curiosare la mia intimità.
Avevo il tramonto splendido quando la giornata cedeva posto, pian piano, alla notte e al luccicare delle stelle.
Avevo anche Messina coraggiosa, che si è ripresa a malapena , dopo tante scosse , dai terremoti e maremoti,l’ultimo, che l’ha annientata, nel 1908. Messina che alle volte si nasconde timorosa, come sospesa tra la nebbia del fenomeno chiamato “Fata Morgana”.

Tanta nostalgia che mi chiama per tornare presto.
Devo parlare un po più della Sicilia, di Palermo. Un popolo particolarmente cortese; persone sempre disponibili a chiacchierare un po’, che ti spiegano a lungo qualcosa che tu domandi.
Agrigento e la sua magnificenza greca, terra di Pirandello, la cui casa è ancora lì che ci aspetta . Taormina , puro sogno e incanto. Cefalù!!!!!!!!!!!!!!
Altro incanto: le piantagioni di agrumi, che fanno della Sicilia un grande tappeto giallo profumato di uno dei più dolci profumi. La nostalgia che ci comunicano le case abbandonate a causa della miseria, delle false prospettive e dell’ imprevidenza politica.

Però la prossima volta devo andare a conoscere la terra dei miei antenati. Terra che hanno lasciato, nel lontano 1875, assieme a migliaia di altri, i miei bisnonni Alessandro e Lucia, e qui si sono affaciati alla nostalgia, al lavoro sodo, alla solitudine, alla giungla, alle malattie e a tutti i tipi di privazioni che non possiamo immaginare, nel vecchio e buon Rio Grande del Sud, più specificamente “Linha 11”, oggi “ Serafina Correa”.
Nel mio prossimo ritorno in Italia andrei a Bergamo e a Brescia per accertarmi delle mie origini. Non quelle biologiche, queste già le conosco. Però quelle certezze che vengono dal cuore e sono dettate da un non so cosa di inenarrabile. Solo così avrò la certezza delle mie origini cosmiche , quelle che trascendono la certezza biológica e contraddicono la logica: l’amore e l’accoglienza incondizionata del “mio diverso”
Reggio Calabria, sicuramente ti tornerò a vedere. Ci andrò sicuramente. Se ce l’ho il sangue calabrese o no, non importa. Importa l’amore e l’accoglienza che ho trovato lì.
Voglio sedermi davanti al tuo mare e guardare il sole tramontante dietro l’Etna, in un giorno d’estate.
Aspettami!!!!!!

Lucia Terezinha Sonaglio
Nata il 27 gennaio 1948
Figlia di Pasqual Sonaglio e Ines Bocchi Sonaglio
Nella piccola città di Ponte Serrada, provincia di Santa Catarina, al sud.
Figlia e nipote di contadini.
Abito a Curitiba, provincia di Paraná.
Insegnante di lingue.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

José Carlos Laitano

portugûes
O ITALIANO QUE ESTÁ EM MIM

Sou da terceira geração.
Cresci gostando de spaghetti, canção italiana e vinho, e um mal compreendido interesse pela Serra Gaúcha, onde instalaram-se as colônias italianas dos imigrantes, região que visitava eventualmente.
Minha infância transcorreu em meio a calabreses sem o saber: meu pai faleceu quando eu estava com quatro anos e minha mãe, talvez para proteger-me da ausência paterna, quase nada falou dele, embora conservando os costumes como a bracciola, a macarronada com carne assada aos domingos, o “sangari”, mistura de água, vinho e açúcar para as crianças mas sem visitar os conazionali.
Quando atingi a casa dos quarenta anos conscientizei-me, assim por impulso, que meu avô fora emigrante calabrês, que eu podia ter nascido na Itália, que os dados culturais como música, gastronomia e a sonoridade da língua italiana eram-me inerentes.
Italiano nascido no Brasil - este País sem vocação para a História e preservação do passado (talvez por ser um passado português), saí em busca de minhas origens, interessei-me em aprender o mínimo de palavras e regras gramaticais, saber a geografia e a história italiana.
Obtive o reconhecimento da cidadania e o passaporte.
Viajei.
O primeiro lugar no qual senti-me italiano foi em Firenze, no bairro do albergo. Olhei para a casa do outro lado da rua, a cor e os frizos nas paredes, encostei a mão no cimento e, ao tocar aquela parede antiga, transportei-me ao passado do meu avô, à minha gene, às minhas origens.
Eu sou daqui, disse-me em pensamento.
No dia seguinte senti outra grande sensação ao ingressar no museu Academia e deparar-me, logo à entrada, com a escultura de David, Michelangelo ao alcance da mão!
O terceiro estremecimento foi caminhar pelas vielas medievais de Assisi, meus sonhos e fantasias realizados.
O quarto estupor aconteceu em Roma, numa sucessão de sobressaltos: Coliseo, Forum, Basilia di San Pietro. Mais tarde, Veneza!
Meu último tremor aconteceu em outra viagem, ao ingressar em Morano Calabro, percorrer a Vigna della Signora, a rua onde viveu meu avô até emigrar. Percorri as ruas da cidade, as igrejas, o castelo, como se nunca houvesse saído de lá. Onde permaneci duas semanas.
Duas vezes chorei o pranto que brotou do mais fundo da minha alma: ao receber a notícia da morte de mamãe e ao despedir-me de Morano Calabro. Choro silencioso, copiosas lágrimas.
Retornei dividido ao Brasil, despedaçado por sentir-me brasileiro e querer-me italiano.
A terceira viagem foi com terno e gravata, italiano em sua própria terra. Quarenta e cinco dias sozinho, percorrendo pessoas, livrarias, mercados, coisas comuns; andei em bicicleta, li diariamente os jornais, retornei diversas vezes aos mesmos lugares. Como em casa.
Numa cidade ao Norte, a pequena Fontaniva, fui recebido por uma família para quem havia feito adoção de duas crianças, e ali permaneci carregando lixo, passeando, cozinhando, visitando pessoas e até de uma pequena festa comunitári participei.
Nessas três viagens fui até o ponto mais escuro do meu ser, viajei no tempo e refiz minha genealogia. Senti-me profundamente mal, adoeci. Depois, saí do transe e voltei à vida.
Hoje sei quem sou: brasileiro, com olhar latino-americano; pitada de sangue grego,pitada de brúzio; mais que calabrês, um homem del Sud, un meridionale.
De minhas origens restaram ternas lembranças de rostos, objetos, paisagens e sentimentos. Da Itália e do Brasil. Tudo irremediavelmente misturado.

José Carlos Laitano
Escritor, juiz aposentado, professor de oficina literária.
www.josecarloslaitano.com
italiano
L’ITALIANO CHE C’È IN ME

Sono della terza generazione. Sono cresciuto appassionato per gli spaghetti, la canzone italiana, il vino, e un’interesse incompreso per la Serra Gaucha, dove si sono stabilite le colonie degli immigrati italiani, regione che visitavo di tanto in tanto.La mia infanzia, senza saperlo, trascorse tra calebresi: mio padre morí quando avevo quattro anni e mia madre, forse per proteggermi della sua assenza, quasi, non mi parló di lui. Malgrado conservasse le abitudini come la braciola, gli spaghetti con carne arrosto la domenica e il “sangari” (miscela di acqua, vino e zucchero per i banbini), non avevamo contatti con i connazzionali.Intorno all´etá di quaranta anni, presi coscienza, cosí d’inpulso, che mio nonno era un emigrante calabrese e che anche io sarei potuto essere nato in Italia. I dati culturali come musica, gastronomia e sonoritá della lingua italiana mi appartenevano.Italiano nato in Brasile – questo paese senza vocazione per la storia e la conservazione del passato (forse perché è un passato portoghese), sono andato alla ricerca delle mie radici, mi sono interessato a imparare un minimo di parole, regole grammaticali, geografia e la storia italiana. Ottenni il riconoscimento della cittadinanza e passaporto. Viaggiai. Il primo posto dove mi sono sentito italiano é stato a Firenze, nel quartiere dell’albergo. Ho guardato la casa di fronte la strada, il colore e i fregi sulle pareti, ho appoggiato la mano sul muro, e nel toccare quella antica parete, sono stato trasportato nel passato di mio nonno, il mio gene, le mie radici.
Sono di qui, mi hanno detto i miei pensieri. Il giorno dopo ho sentito un’altra grande sensazione nell’entrare al museo dell'Accademia e trovarmi di fronte la scultura del David di Michelangelo a portata di mano! Il terzo stupore é stato nell’attraversare a piedi i vicoli medievali di Assisi, i miei sogni e le mie fantasie realizzate. Il quarto stupore avvenne a Roma, in un susseguirsi di sorprese: Colosseo, Fori Imperiali, la Basilica di San Pietro. Più tardi, Venezia! Il mio ultimo stupore si verificó in un altro viaggio, entrando in Morano Calabro, percorrendo la Vigna della Signoria. La via dove ha vissuto mio nonno prima di emigrare. Percorsi le strade della città, le chiese, il castello, come se non avesse mai lasciato quel posto. Dove sono rimasto due settimane.
Per due volte mi sono commosso con un pianto che nacque dal profondo della mia anima: nel ricevere la notizia della morte di mia Madre e dire addio a Morano Calabro. Pianto silenzioso, lacrime copiose.Ritornai in Brasile diviso, lacerato per sentirmi brasiliano e volendo essere italiano. Il terzo viaggio è stato di giacca e cravatta, l'italiano nella sua propria terra. Quarantacinque giorni da solo, convivendo con le persone, librerie, mercati, cose comuni, andando in bici, leggendo i quotidiani, ritornando piú volte negli stessi luoghi. Come fossi in casa. In una città del nord, la piccola Fontaniva, sono stato accolto da una famiglia a cui avevo fatto la pratica di adozione di due bambini, e li ci rimasi trasportano rifiuti fuori casa, passeggiando, cucinando, visitando persone, persino partecipando ad una piccola festa comunitaria.In questi tre viaggi sono andato fino al punto più oscuro del mio essere, ho viaggiato nel tempo e ho rifatto la mia genealogia. Mi sono sentito profondamente male al punto di ammalarmi.
Poi sono uscito dal trance e sono tornato alla vita. Oggi só chi sono: Brasiliano, con sguardo latino-americano, un pizzico di sangue greco, un pizzico Bruzio, più che un Calabrese, un uomo del Sud, un meridionale. Delle mie origini restano teneri ricordi di volti, oggetti, luoghi e sentimenti dell’Italia e del Brasile. Tutti irrimediabilmente mescolati.
José Carlos Laitano
Scrittore, giudice in pensione, professore di laboratorio letterario
www.josecarloslaitano.com

terça-feira, 15 de junho de 2010

João Pignataro

PORTUGÛES
Meu avô materno, Agostino Angelo Pignataro, nascido em 1871, emigrou da Itália, mais precisamente, de Vacarizzo Albanese, na época, Município de Rosano, Calábria, costa jônica, quando completou dezenove anos.Veio sozinho para o Brasil, lá deixando a mãe viúva, Mariantonia, que viria a se casar com um italiano de sobrenome Candreva, e uma irmã, Verônica.
Agostino Angelo, depois de uma curta temporada nos cafezais de São Carlos do Pinhal (SP), veio para Minas Gerais, por volta de 1891, trabalhar como empregado da The Ouro Preto Gold Mines of Brazil,Limited, de capitais ingleses, em Passagem de Mariana, considerada a mais importante empresa de mineração de ouro no Brasil de então, não só pela produção, mas principalmente pela tecnologia de mineração subterrânea, trazida pelos ingleses , que por sua vez, demandava mão de obra mais qualificada, encontrada nas correntes de imigração européia, principalmente, italiana, alemã e espanhola
A Companhia da Passagem , quando do esgotamento da mina de ouro, a partir dos anos 1950, foi celeiro de excelentes profissionais (mecânicos, fundidores, marceneiros, etc.) para muitas empresas dos Estados de Minas e São Paulo, então em acelerado processo de industrialização. Muitas dessas famílias descendentes de imigrantes, em Passagem de Mariana, partiram em busca de novas oportunidades.E, pelo que sei, todas venceram.
Minha avó materna, Marieta Pignataro, nascida em 1878, Maria Fortunata Santoro Scarpelli, veio da Itália com quatorze anos, proveniente de Célico, Cosenza, Calábria, costa mediterrânea, acompanhada da mãe viúva, Cecília, três irmãs, Carmella, Rosa, Conchetta e dois irmãos, Cármine e Antonio. Estabeleceram-se, também, em Passagem de Mariana, trazidos pelo irmão Cármine, que foi buscá-los, na Itália, uma vez que tinha vindo primeiro para o Brasil e consolidara um comércio junto à colônia italiana da Passagem. Foi assim que minha avó veio a conhecer meu avô. Casaram-se em Passagem de Mariana, em agosto de 1899, e decidiram estabelecer-se em Ouro Preto, a 6 km dali, com um pequeno comércio, no bairro do Antônio Dias.
Meu avô, figura afável e respeitável, revelou-se bom comerciante. Honesto, cumpridor do dever e infatigável no atendimento de seus fregueses, seu estabelecimento ficou conhecido em Ouro Preto como o “Armazém do Sô Ângelo”. Prosperaram. Tiveram 11 filhos. E, embora não pudessem ser considerados ricos, sempre viveram em casa própria, de boa qualidade, com fartura e alegria. Minha mãe contava que, em sua adolescência, se encantava com os saraus musicais, organizados pelos irmãos em casa. Cada um em seu instrumento.Ela mesma tocava piano e pintava muito bem.
Emigrou-se, também, da Itália, por esse tempo, um meio-irmão de meu avô, Francisco Candreva, que se fixou em Congonhas do Campo, Minas Gerais e cujas famílias sempre mantiveram amizade.
Meus avós puderam, assim, preparar os filhos para integrarem uma classe social mais culta, já que, eles mesmos, pouca oportunidade tiveram de educação escolar, na Itália.
Dos 11 filhos, dois se formaram engenheiros (Francisco e Agostinho), dois médicos (José e Antônio), um farmacêutico (Hélio), quatro comerciantes (Miguel, Martinelli, Vitorino e Pedro), duas normalistas (Anita- ainda viva, hoje com 98 anos, e Antonieta Pignataro Pereira- minha mãe, já falecida).
Os contatos de meus avós e tios com seus consanguíneos que permaneceram na Itália nunca cessaram neste período de mais de um século. Foram, é verdade, tornando-se mais escassos e tênues , com o passar do tempo.
Em março de 2002, tive a oportunidade de conhecer estes dois lugares na Itália, Célico e Vacarizzo, onde encontrei referências desses meus avós. Seus registros de nascimento. Casas em que presumivelmente viveram. Parentes distantes, que conheciam a história da emigração para o Brasil. Foi um mergulho em minhas raízes, de grande conteúdo emocional. Senti-me mais próximo de todos meus parentes, daqui e de lá.Em suma, uma história de família, igual a muitas outras, é verdade, mas onde testemunhei gestos de dedicação, desprendimento, coragem e calor humano.


João Pignataro Pereira- Nascido em Passagem de Mariana, 1946, formou-se em Engenharia Metalúrgica pela Escola de Minas de Ouro Preto (1970).Mestrado em International Public Policy pela SAIS, The Johns Hopkins University, Washington-DC, EUA(1979).Mora em Brasília desde 1972, tendo trabalhado no CONSIDER e SIDERBRAS, então,entidades de governo brasileiro, voltadas à industria siderúrgica.Por 5 anos, foi professor e diretor do Curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília e, atualmente, trabalha no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior-MDIC, em assuntos relacionados à indústria siderúrgica e meio ambiente.

[Este depoimento, em sua maior parte, baseia-se no Cap VI –As Raízes de Lá , do livro de meu irmão, Eng. Márcio Antônio, “Paisagens da Passagem”,1998]

ITALIANO
Il mio nonno materno, Agostino Angelo Pignataro, nato nel 1871, emigró dall’Italia, più precisamente da Vacarizzo Albanese, all’epoca Comune di Rossano (Calabria), sulla costa jonica, all’etá di 19 anni, venne solo in Brasile, lasciando la madre vedova, Mariantonia, che avrebbe sposato un italiano di cognome Candreva, e una sorella, Veronica. Agostino Angelo, dopo una breve permanenza nelle piantagioni di caffè di San Carlos do Pinhal (SP), venne a Minas Gerais, intorno al 1891, per lavorare come dipendente della “The Ouro Preto Gold Mines of Brazil Limited” , azienda di capitale britannico, in Passagem de Mariana, considerata, in quel momento, la più importante società di estrazione dell'oro in Brasile, non solo per la produzione, ma principalmente per la tecnologia mineraria sotterranea, introdotta dagli inglesi, che a sua volta richiedeva manodopera più qualificata, che si trovava nei flussi di immigrazione europei, soprattutto italiani, tedeschi e spagnoli In Compagnia da Passagem, all'esaurimento della miniera d'oro nel 1950, era una culla di professionisti eccellenti (meccanici, fabbri, falegnami, ecc.) per molte aziende negli stati di Minas Gerais e San Paolo, allora in fase di rapida industrializzazione. Molte di queste famiglie discendenti da immigrati, in Passagem de Mariana, andarono alla ricerca di nuove oportunitá. E per quello che só, tutti vinsero.
La mia nonna materna, Marieta Pignataro, nata nel 1878, Maria Fortunata Santoro Scarpelli, venne dall’Italia con quattordici anni, proveniente da Celico província di Cosenza (Calabria), sulla costa Mediterranea, accompagnata dalla madre vedova, Cecilia, e tre sorelle, Carmella, Rosa, Conchetta e due fratelli, Carmine e Antonio. Si stabilirono in Passagem de Mariana, portati dal fratello Carmine che aveva già un’avviato commercio nella colonia italiana. Ed è stato allora che i miei nonni si conossero. Si sposarono in Passagem de Mariana, nell'agosto 1899, e decisero di stabilirsi a Ouro Preto, 6 km distante, con un piccolo negozio nel quartiere Antônio Dias. Mio nonno, figura affabile ed elegante, si scoprí buon commerciante, instancabile nel compiere il dovere e nella cura dei clienti, La cui attivitá in Ouro Preto venne conosciuta come la bottega del “Sô Angelo Pignataro”. Hanno avuto 11 bambini e prosperarono, anche se non potevano essere considerati ricchi, vivendo sempre di casa propria, di buona qualità, con abbondanza e gioia. Mia madre diceva che, in gioventù, era affascinata dalle serate musicali organizzate dai fratelli in casa. Ciascuno con Il proprio strumento, lei stessa suonava Il pianoforte e dipingeva molto bene.
In quel tempo, emigro dall’Italia, anche um fratellastro di mio nonno, Francisco Candreva, che si stabilí in Congonhas do Campos (Minas Gerais) le cui famiglie hanno avuto sempre um buon relazionamento.I miei nonni poterono quindi preparare i figli ad integrarsi nella classe sociale più colta, dal momento che, loro stessi ha avuto poche opportunità di avere un’educazione scolare in Italia. Degli 11 figli, due si laurearono in ingegneria (Francisco e Agostinho), due medici (José e Antonio), un farmacista (Helio), quattro commercianti (Miguel, Martinelli, Vitorino e Pedro), due maestre (Anita, ancora viva con 98 anni, e Antonieta Pignataro Pereira, mia madre, giá deceduta). I contatti dei miei nonni e zii con i loro parenti rimasti in Italia non hanno mai smesso di esistere in questo periodo per oltre un secolo. In veritá si sono con Il passare del tempo un pó affievoliti. Nel marzo 2002 ho avuto l'opportunità di visitare questi due posti in Italia, Celico e Vacarizzo, dove ho trovato riferimenti dei miei nonni, il loro registro di nascita, le case in cui presumibilmente vivevano. Parenti lontani, che conoscevano la storia dell'emigrazione in Brasile. É stato un tuffo nelle mie radici con alto contenuto emotivo. Mi sono sentito più vicino a tutti i miei parenti di qua e di lá. Per farla breve, una storia di famiglia, come molte altre, è vero, ma in cui sono stato testimone di atti di dedizione, altruismo, coraggio e calore umano.
João Pignataro Pereira - nato a Passagem de Mariana, 1946, laureato in Ingegneria Metallurgica nella Scuola di Minas de Ouro Preto (1970). Master in International Public Policy alla SAIS, The Johns Hopkins University, Washington DC, USA (1979) . Vive a Brasilia dal 1972, avendo lavorato in CONSIDER e SIDERBRAS, all’epoca enti del governo brasiliano, con indirizzo nell’industria siderúrgica. Per 5 anni, è stato professore e direttore del Corso di Relazioni Internazionali presso l'Università Cattolica di Brasilia e attualmente lavora al Ministero dello Sviluppo, Industria e Commercio Estero-MDIC, nelle questioni relative al settore siderurgico e medio-ambiente
[Questa testimonianza, per la maggior parte, si basa sul Cap VI- “Le Radici di Lá”, libro di mio fratello, Ing. Márcio Antônio, "Paesaggi di Passagem", 1998]

Rosalie Gallo

PORTUGÛES
Regar minhas raízes
Como a maioria dos descendentes de oriundi, cresci ouvindo falar da Itália. Cresci ouvindo falar em dialeto calabrês, escondendo meu sette bello para meu avô paterno ganhar, ouvindo meu avô materno tocar violão para acompanhar o canto saudoso da terra deixada, comendo os turdije de uma avó ou rindo das teimosias de outra avó.
Meus avós – os quatro calabreses! - vieram para o Brasil já casados, porém, em condições bem diversas, embora movidos pela mesma esperança.
Meu avô paterno havia cursado até o quarto ano de Medicina, em Nápoles e sua jovem esposa era filha única de um juiz. Ele emigrou bem antes dela. Estava no porto de Santos, vestindo seu terno claro, para recebê-la. Dante, seu primeiro filho, com quase quatro anos, precisou de tempo para se acostumar à presença do pai, de quem não se lembrava direito.
Meu avô materno veio como colono contratado. Trouxe com ele a esposa e seu primeiro filho, Vicenzo. Passaram pela Hospedaria, em São Paulo, e foram conduzidos a Gavião Peixoto, na região de Araraquara/SP. Dali saiu para ser proprietário de um sítio relativamente grande, perto de Pindorama/SP.
Instaladas as famílias nesta cidade, viram seus inúmeros filhos crescerem e acabaram se entrelaçando com o casamento de meus pais – Victório Hugo Gallo e Santa Assumpta Spina. Era o ano de 1925. E era aniversário de meu pai, 7 de outubro. Festa com todos os motivos.
Sou a caçula de muitos irmãos e esperei em silêncio a oportunidade de conhecer a Itália. Jamais pude imaginar que a sorte me contemplaria com muito mais que uma viagem de turismo. Viajamos, minha filha Manuela e eu, para Portugal, depois Espanha. Dali, de Barcelona, tomamos uma nave da Família Grimaldi, dos Príncipes de Mônaco, que são de origem genovesa e, depois de um dia inteiro de ansiedade, chegamos ao porto de Gênova.
Nossa viagem tinha que começar por esta cidade; dali tinham saído meus quatro avós. Minha forma de homenageá-los foi chegar à Itália, ao mesmo porto de onde tinham saído. E haja emoção! Pisando as pedras do cais pensava se eles não teriam pisado os mesmos lugares.
Nesta primeira viagem não tive oportunidade de chegar à Calábria. Paramos em Nápoles, impedidas por tempestades. Mas me prometi voltar.
No ano seguinte, entrei em contato com pessoas amigas que me facilitaram chegar a parentes paternos, em Scigliano, província de Cosenza. A emoção foi tão grande em reconhecer rostos e nomes que na ocasião me esqueci completamente de ter a máquina fotográfica pendurada no pescoço. Então, foi preciso voltar. E tenho voltado sempre.
Vou à Itália com freqüência. Mas tenho que voltar à Calábria, todas as vezes. Para uma calabresa como eu, não tem sentido ir à Itália e não ir à Calábria. É como voltar para casa e não entrar; parar no portãozinho do jardim. É deixar de sentir o calor das pessoas, o cheiro do mar calabrês, cheio de memórias. Aprendi a saborear um bom peperoncino, a beber um vinho caseiro, a presentear sopressata e ‘nduja. Aprendi a respeitar o caçador e o peixe espada caçado em Scilla, principalmente, no Estreito de Messina, ouvindo histórias fantásticas sobre o modo de caçá-lo (peixe espada não se pesca!) e, finalmente, entendi a profunda dor contida na canção de Modugno. Aprendi a conhecer essa figura legendária que se chama calabrês. Aprendi a reconhecer minhas raízes. Aprendi a mostrar orgulho por elas.
Minha filha e eu temos dupla cidadania há muito tempo. Hoje estou esperando a inclusão de minhas duas netinhas. Logo pretendo levar pelo menos Luísa, a mais velha que já tem quatro anos, como tinha meu tio Dante ao chegar ao Brasil, para conhecer nossa terra. Desejo que ela conheça “in loco” a terra de onde saiu sua bisavó Luisa e tenha orgulho do nome que carrega, do sobrenome que tem no sangue, da história que contei em um livro. Dentro de nós existe muito da Calábria. Nela está a origem de nossas vidas e de tantas outras vidas de tantas outras famílias que passaram, como imigrantes a quem louvo com admiração e respeito, as agruras de uma aventura sem par.

ITALIANO
Diffondere le mie radici
Come la maggior parte degli oriundi, sono cresciuta ascoltando storie dell’Italia. Sono cresciuta ascoltando parlare in dialetto calabrese, nascondendo il mio “Sette Bello” affinché mio nonno paterno potesse vincere, ed ascoltare Il mio nonno materno suonare la chitarra per accompagnare il canto della terra lasciata, mangiare Il turdije di una nonna o ridendo della caparbietà dell’altra. I miei nonni - tutti e quattro i calabresi! – Sono arrivati in Brasile già sposati, ma in condizioni molto diverse, anche se guidati dalla stessa speranza. Il mio nonno paterno aveva frequentato fino al quarto anno di Medicina, a Napoli e la sua giovane moglie era figlia unica di un giudice. Lui emigrò ben prima. É andó a riceverla con Il suo vestito bianco al Porto di Santos. Dante, il loro primo figlio, con quasi quattro anni, ha avuto bisogno di tempo per abituarsi alla presenza paterna, che non ricordava bene. Il mio nonno materno venne con un contrato di colono portando con sé la moglie e il loro primo figlio, Vincenzo. Son dovuti passare dalla “Hospedaria”, in Sao Paulo, e sono stati condotti a Gavião Peixoto, nella regione di Araraquara / SP. Da lí è andato a prendere possesso, come proprietário, di terreno relativamente grande, vicino a Pindorama / SP. Installatesi le famiglie in questa cittá, che ha visto crescere i loro figli e finì tessendo il matrimonio dei miei genitori - Victorio Hugo Gallo e di Santa Assumpta Spina. Era l’anno 1925. Ed è stato il compleanno di mio padre, 7 di ottobre. Festa con tutti i motivi.
Io sono la giovane di tanti fratelli e ho atteso in silenzio la possibilità di conoscere l’Italia. Non avrei mai potuto immaginare che la fortuna avrebbe potuto contemplarmi con molto di più di un semplice viaggio turistico.
Viaggiammo, io e mia figlia Manuela, per il Portogallo, dopo la Spagna. Da lí, da Barcellona, abbiamo preso una nave della Famiglia Grimaldi, Principi di Monaco, che sono di origine genovese e, dopo un’ansiosa giornata, abbiamo raggiunto il porto di Genova.
Il nostro viaggio in Italia doveva per forza iniziare da questa città, da dove sono inbarcati i miei quattro nonni. Il mio modo per onorarli, é stato arrivare in Italia dallo stesso porto da dove l’avevano lasciata.
Con Il massimo dell’emozione, percorsi Il pontile del molo e mi chiedevo se stavo camminando sui loro stessi passi.
In questo primo viaggio non ho avuto la possibilità di arrivare in Calabria, ci siamo fermati a Napoli, impediti dalle tempeste. Ma con la promessa di tornare.
L'anno successivo, sono entrata in contatto con amici che mi hanno facilitato l’approssimazione ai parenti paterni, in Scigliano, nella provincia di Cosenza.
L'emozione é stata così grande nel riconoscere i volti e nomi, che al momento ho completamente dimenticato di avere la macchina fotografica appesa al collo. Per questo, ho avuto bisogno di tornare, E sono sempre ritornata.
Vado spesso in Italia. Ma devo tornare in Calabria, ogni volta. Per una calabrese come me, non ha senso andare in Italia e non andare in Calabria.
É come tornare a casa e non entrare, fermarsi nel piccolo cancello del giardino. É lasciare di sentire il calore della gente, l'odore del mare calabrese, pieno di memorie.
Ho imparato a assaporare un buon peperoncino, bere un vino fatto in casa, e regalare ‘nduja e sopressata. Ho imparato a rispettare il cacciatore e la caccia al pesce spada a Scilla, in particolare nello Stretto di Messina, ascoltando storie fantastiche su come cacciarlo (pesce spada, non si pesca!) E, finalmente, ho potuto comprendere il profondo dolore contenuto nella canzone di Domenico Modugno .
Ho imparato a conoscere questa figura leggendaria chiamata Calabrese. Ho imparato a riconoscere le mie radici. Ho imparato a mostrare l'orgoglio per esse.
Mia figlia e io abbiamo la doppia cittadinanza da lungo tempo. Oggi stó aspettando l’inclusione delle mie due nipotine.
Presto ho l’intenzione di portare, per lo meno Luisa, che é la piú grande, che ha giá quattro anni, la stessa etá che aveva mio zio Dante nell’arrivare in Brasile, per conoscere la nostra terra.
Desidero che lei conosca "in loco" la terra da dove é partita la bisnonna Luisa e che sia fiera del nome che porta, del soprannome che ha nel sangue, della storia che ho raccontato in un libro.
Dentro di noi c'è molto della Calabria. In essa c’é la fonte delle nostre vite e di tante altre vite di altre famiglie che sono passate, come immigrati che stimo con ammirazione e rispetto, i disagi di un’avventura senza impari.

Rogerio Galloro

PORTUGUÊS
Antes de ouvir algo sobre a lingüiça calabresa ou o “temperamento forte” dos calabreses radicados no bairro do Bexiga em São Paulo meu primeiro contato com essa gente maravilhosa foi em casa. Neto de calabreses oriundos da Província de Vibo Valentia, mais precisamente da Comune de San Nicola da Crissa, sempre ouvi histórias de meu avô, minhas tias e de meu pai sobre a vida difícil na Itália no final do Século XIX e início do Século XX e das agruras e aventuras de nossos ascendentes na travessia do Oceano Atlântico, do porto de Nápoles até o de Santos e depois a dura vida nos cafezais do Noroeste Paulista.
Minha família “Galloro” radicou-se inicialmente em Viradouro, depois em Floreal e finalmente, fincou raízes em Votuporanga, todas cidades do interior do Estado de São Paulo.
Rodei o Brasil e o mundo a trabalho ou a passeio mas foi em Roma, em 2005 que encontrei pessoas com tamanha identidade cultural e física, em comparação aos meus familiares, que cheguei a me sentir em casa. Os narizes aduncos, a expressão séria e as vezes carrancuda, que não resistem a uma piada ou ao encontro de um amigo para se abrir em sorriso largo e fortes palmadas nas costas, as vezes, em comentários simples, até as lágrimas chegam a correr. O barulho de gritos e buzinas nas ruas, o mal humor dos garçons contrastam, ao mesmo tempo, com a disposição de ajudar um transeunte perdido.
Meus avós são falecidos, alguns tios também, mas suas histórias e informações foram suficientes para me auxiliar na busca pelos registros de meus antepassados que resultaram no reconhecimento pelo governo da Itália de minha cidadania italiana, transmitida aos meus dois filhos. Minha esposa, também descendente de italianos do norte, Montegalda, Vêneto, conseguiu há algum tempo sua cidadania.
Aprendemos um pouco de italiano, sempre com a lembrança do sotaque e das palavras até então incompreensíveis de nossos “nônos” e em dezembro último seguimos eu, minha esposa e os dois filhos a Orlando, EUA, onde ingressamos naquele país sem a necessidade de visto de turista. Não bastassem todas as lembranças da infância, lá no interior de São Paulo, ou as pesquisas que me remeteram à Calábria sem mesmo nunca ter estado lá, ou até a visita à Roma, aquele momento no aeroporto internacional de Orlando foi de sentimento ambíguo, de profundo orgulho por meus avós de terem vindo para o Brasil e construído uma família honrada aqui e também de ser um cidadão europeu.
Ser brasileiro ou italiano pode trazer vantagens ou desvantagens dependendo do momento político, econômico ou social, bem como de onde estamos ou vamos, mas o mais importante é ser fruto dessa maravilhosa miscigenação brasileira e ter o sangue de gente tão trabalhadora, apaixonada e forte como os calabreses.

Rogério Augusto Viana Galloro é delegado de Polícia Federal, formado em direito em São Paulo, com MBA pela FGV em Gestão de Políticas de Segurança Pública. Atualmente exerce a função de Diretor de Administração e Logística Policial da Polícia Federal. Atuou em inúmeras áreas da Polícia Federal, coordenou o projeto do atual passaporte brasileiro, representou o Brasil e sua instituição em mais de onze países.
ITALIANO
Prima ancora di aver sentito parlare sulla salsiccia calabrese o sul “forte temperamento” dei calabresi radicati nel rione Bexiga di San Paolo Il mio primo contatto con questa meravigliosa gente é stato in casa. Nipote di calabresi oriundi della Provincia di Vibo Valentia, esattamente da Comune di San Nicola da Crissa, sempre ho ascoltato le storie dei miei nonni, delle mie zie e di mio padre sulle difficoltá della vita in Italia trá la fine del Secolo XIX e l’inizio del Secolo XX e dalle difficoltá e avventure dei nostri antenati nella navigazione dell’Oceano Atlantico, dal porto di Napoli fino a quello di Santos e dopo la dura vita nelle fazende di caffé del nord-est Paulista.
La mia famiglia “Galloro” si radico inizialmente in Viradouro, dopo in Floreal e finalmente, ha messo radici in Votuporanga, tutte cittá dello Stato di San Paolo.
Ho girato Il Brasile e Il mondo per lavoro e turismo ma é stato a Roma, nel 2005 che ho incontrato persone con un’enorme identitá culturale e fisica, comparandoli ai miei familiari, e sono arrivato a sentirmi in casa. I nasi aquilini, l’espressione seria e a volte corrucciata, che non resistono ad una barzelletta o a un’incontro di un’amico per aprirsi ad un largo sorriso e a forti paccate nelle spalle, alle volte, anche in semplici chiacchierate, perfino le lacrime iniziano a scorrere. Il chiasso delle grita e dei clacson nelle strade, I’umore burbero dei camerieri contrastano, allo stesso tempo, con la disposizione a aiutare un vagante perso.
I miei nonni sono giá morti, come anche alcuni zii, ma le loro storie e informazioni sono stati sufficienti ad aiutarmi alla ricerca dei registri dei miei antenati che é risultato nel riconoscimento dal governo dell’Italia della mia cittadinanza italiana, trasmessa ai miei due figli. La mia sposa, oriunda di italiani del nord, Montegalda nel Veneto anche lei é riuscita ad ottenere la cittadinanza da piú tempo.
Abbiamo imparato un poco d’italiano, sempre con Il ricordo della pronunzia fino allora inconprensibile dei nostri “nonni” e lo scorso dicembre siamo stati io, mia moglie e i miei due figli a Orlando negli USA, dove siamo potuti entrare in quel paese senza la necessitá del visto di turista. Non bastassero tutti i ricordi dell’infanzia, la nello stato di San Paolo, alle ricerche che mi collegano alla Calabria senza mai essere stato li, o alla visita a Roma, in quel momento nell’aeroporto Internazionale di Orlando ho provato un sentimento ambíguo, di profonfo orgoglio dei miei nonni che sono venuti in Brasile a costruire una onorata famiglia qui ed anche di essere un cittadino europeo.
Essere brasiliano o italiano puó trarre vantaggi o svantaggi dipendente dal momento politico, economico o sociale, e dove siamo o andiamo, ma la cosa piú importante é essere frutto di questo incrocio di razze brasiliano ed avere Il sangue di gente tanto lavoratrice, appassionata e forte come i calabresi.

Rogério Augusto Viana Galloro é Ispettore della Polizia Federale, laureato in giurisprudenza a San Paolo, con MBA (Master) per FGV (Fondazione Getulio Vargas) in Gestione di Politiche della Sicurezza Pubblica. Attualmente svolge la funzione di Direttore dell’Amministrazione e Logistica Poliziale della Polizia Federale. Ha attuato in varie aree della Polizia Federale, ha coordinato Il progetto dell’attuale passaporto brasiliano, ha rappresentato Il Brasile e la sua istituzione in piú di undici paesi.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Correio Braziliense

PORTUGÛES
“La mia Calabria ...dal Brasile” no Correio Braziliense
De uma coluna social do mais importante jornal do Brasil www.correiobraziliense.com.br, divulgamos a "nota" da jornalista oriunda calabresa Jane Godoy:
"Antonello Monardo, o calabrês do café mais gostoso de Brasília, começa 2010 a todo vapor com uma coluna no site Eccellenze Calabresi (www.eccellenzecalabresi.it), do amigo Piero Muscari. “Calabrisi in Brasile” e “La mia Calabria... dal Brasile”. Ele conta que apresenta amigos do Brasil que têm descendência calabresa, falando a própria história. Como calabreses se atraem, ele quer me apresentar, já que sou neta, por parte de mãe, de uma calabresa de Cosenza, sul da Itália. Tutti buona gente. Lá estarei!"
O jornal entre os mais lidos do Brasil tem sede na capital Brasília e é gerenciado por Álvaro Teixeira, também ele de oriundo calabrês.
ITALIANO
“La mia Calabria ...dal Brasile” nel Correio Braziliense
Da una colonna del più importante quotidiano del Brasile www.correiobraziliense.com.br, riportiamo la "nota" della giornalista di origine calabrese Jane Godoy:
"Antonello Monardo, il calabrese del caffé piú gustoso di Brasília, inizia il 2010 a tutto vapore con una colonna nel sito Eccellenze Calabresi (www.eccellenzecalabresi.it), dell'amico Piero Muscari."Calabrisi in Brasile" e "La mia Calabria… dal Brasile". Monardo racconterà dal Brasile dei suoi amici che hanno discendenza calabrese, parlando della propria storia. Com'é risaputo, i calabresi si attraggono e Antonello Monardo vuole presentarmi, giá che sono nipote, da parte di madre, una calabrese di Cosenza, nel sud d'Italia. Tutti buona gente. Saró presente!"
Il quotidiano trá i piú letti del Brasile ha sede in Brasilia, la capitale, ed è gestito da Alvaro Teixeira calabrese d'origine anch'egli.

sábado, 2 de janeiro de 2010

VIAGEM AO PASSADO

“Muitas vezes, as lembranças gastronômicas é um conjunto de situações que ficam na memória por muito tempo. No inicio de novembro de 2009, viajei para a Itália, depois de seis anos de ausência. Aproveitei para visitar a Feira bienal Host de Milão, onde predominava o café e fui convidado para fazer o lançamento com mesa-redonda do meu livro Louco por café, no estande do amigo Riccardo Maltoni, que tem o maior acervo de maquinas para café espresso de época do mundo. Ali, ele montou um estande de 220 m2 expondo estas relíquias.Depois da feira, eu e a minha esposa, Gabriela, alugamos o novo 500 Fiat para descer até a Calábria, passando por Parma, Rimini, Republica de San Marino, Assis e, finalmente, chegar a Reggio Calábria - minha cidade natal. No penúltimo dia, fui com Gabriela e a minha Irmã Cetty, na pequena cidade de Vallelonga na província de Vibo Valentia, (antigamente província de Catanzaro), para buscar informações sobre o meu avô, que veio para o Brasil no inicio do século passado, como milhares de italianos, substituindo a mão de obra escrava. Infelizmente, não teve sorte e faleceu logo. Esta historia faz parte do livro.
Ao chegar ao município, fomos muito bem recebidos, encontrando as informações que originaram a busca. Depois de uma volta rápida ao centro, por volta de 13h30, perguntei ao “vigile urbano” que nos acompanhou até a residência antiga do meu avô, um lugar onde poderíamos comer produtos típicos. Ele nos indicou, na saída da pequena cidade um restaurante o Agriturismo (turismo rural) La Melia. Chegando lá encontramos um casarão, entramos no restaurante e fomos perguntar ao garçom que se aproximou, se tinha a possibilidade de pagar com cartão de credito. O garçom falou que não utilizavam cartão. Nós nos olhamos como por dizer “... e agora?, vamos em outro lugar?”Neste momento, um senhor distinto se aproximou, apresentando-se: “Sou o proprietário, Francesco Garisto, prazer! Qual é o problema? Eu falei: Queremos pagar com cartão, mas você não tem! Ele respondeu: Não tem problema, quando vocês voltarem na próxima vez me pagarão. Eu rebati: nós moramos no Brasil, não sabemos quando voltaremos. Fomos ao município para resgatar informações sobre o meu avô Domenico Monardo. Ele com curiosidade respondeu: Você por acaso é Antonello Monardo do café que mora em Brasília? Eu: Sim, sou eu! Ele na hora: Vocês são meus convidados!
Alem da prazerosa surpresa, tivemos o prazer de nos deliciar com pratos típicos da região. Na entrada: antepasto misto com embutidos e queijos, pimentões fritos com patadas e empanadas de flores de abobrinhas. Primeiro prato: tagliatelle com funghi Porcini, devido a época. De segundo prato: uma gostosa grelhada mista de carnes. O vinho foi da casa, de própria produção que combinava magistralmente com os ingredientes. Pena não que tínhamos mais tempo para poder curtir o haras. Resta o compromisso na próxima ida na Itália, dedicar alguns dias hospedando-se diretamente e aproveitar todas as delicias do lugar".La MeliaVibo Valentia - ItáliaSite: www.agriturismolamelia.com

Portugues:
Antonello Monardo, mora desde 1992 em Brasília è delegado da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria. Torrefador de café gourmet e especiais, ganhador da medalha de ouro do International Coffee Tasting 2008. "Maestro del Caffè" pela AICAF (Accademia Italiana Maestri del Caffè). Organiza e ministra cursos para baristas, participa a palestras e eventos em instituições e universidades, divulgando a cultura do café de qualidade. Autor do livro “Louco por Café, Antonello Monardo” edito pela Senac Editora.

Italiano:
Antonello Monardo, abita dal 1992 a Brasília é delegato della Camera Italo-brasiliana di Commercio e Industria. Torrefattore di caffè gourmet e speciali, vincitore della medaglia d’oro dell’International Coffee Tasting 2008. “Maestro del Caffè” per l’AICAF (Accademia Italiana Maestri Del Caffè). Organizza e conduce corsi per baristi, partecipa a conferenze e eventi in instituzioni e universitá, diffondendo la cultura del caffè di qualitá. Autore del libro “Pazzo per Il Caffè, Antonello Monardo” dell’Editrice Senac.